Associação Maranhense de Doenças Inflamatórias Intestinais

Sandra de Oliveira Costa – Vice-presidente

Descobri a minha retocolite há 13 anos, quando morava em São Vicente de Ferrer, um município muito pobre do interior do Maranhão onde ainda se pega água em poço artesiano. Quando começou a minha crise, pensei que era verminose e passei muito mal. Fiquei uma semana hospitalizada até que um médico disse para o meu esposo que me tirasse de lá, porque, do contrário, eu iria a óbito. O hospital da cidade só atende o básico! Fui para São Luís muito mal, passei 19 dias internada e conheci a doutora Licia Rodrigues – que atende no Ambulatório de Referência do Hospital Universitário da Federal do Maranhão e no hospital da Universidade Ceuma. Costumo dizer que a doutora é o anjo da guarda dos pacientes com DII do Maranhão, porque ela sempre teve essa vontade de fundar uma Associação. Temos um grupo de 107 pacientes e nos falamos cotidianamente sobre as ações que fazemos. É a segunda vez que a AMADII participa do FOPADII, agora por regiões, e viemos falar um pouquinho da nossa realidade. Já sabemos que existem várias pessoas com DII no Maranhão – uma vitória, porque até bem pouco tempo o pessoal nem sabia o que era a DII. Temos muitos pacientes no interior do Estado, e essa é a parcela que mais sofre com a doença. O paciente fica por seis horas dentro de um carro para vir à capital e, muitas vezes, chega na farmácia do Estado e não tem o medicamento. No nosso Estado não conseguimos ainda fazer o mapeamento de pacientes; o que conseguimos saber foi apenas quantos pacientes recebem medicamentos na farmácia do Estado, e é um número bem pequeno, porque muitos pacientes são atendidos por consultórios e hospitais particulares e, geralmente, não entram nessas estatísticas e nem sempre procuram a Associação. Dos 107 pacientes associados à AMADII com retocolite, 34 moram na capital e 18 no interior; com doença de Crohn são 37 de São Luís e 21 do interior. Em São Luís temos dois ambulatórios: um do Hospital Universitário, com quatro gastroenterologistas que fazem atendimento ambulatorial; e o ambulatório da Ceuma, coordenado pela doutora Licia Rodrigues, com atendimento às segundas-feiras.