Fundamentais na assistência em DII

Fundamentais na assistência em DII

Equipe de enfermagem deve ajudar e acolher os pacientes com DII e colaborar com a equipe multidisciplinar, auxiliando o paciente a aderir ao tratamento e ao autocuidado
Os enfermeiros que trabalham com doença inflamatória intestinal atuam em todos os níveis de assistência e são fundamentais para orientar pacientes e familiares sobre as DII. A atuação envolve pré-operatório, pós-operatório, pré-infusão, manejo das ostomias e supervisão de terapia biológica, assim como o acompanhamento do preparo para procedimentos endoscópicos e radiológicos, a demarcação prévia para confecção de estomas intestinais e a avaliação para prevenir ou identificar complicações precoces. Cabe ainda, às equipes de enfermagem, em conjunto com médicos, nutricionistas e psicólogos, desenvolver um trabalho mais motivacional e de incentivo ao autocuidado e à valorização da autoestima dos pacientes. Para que esse trabalho seja ampliado, é fundamental que enfermeiros e profissionais de enfermagem conheçam cada vez mais as DII e suas complicações, o que ainda é um desafio que deve ser enfrentado pelas escolas de formação profissional. O primeiro sintoma da DII geralmente é a alteração do hábito intestinal e dores abdominais – embora alguns pacientes não evoluam com processo diarreico – com a presença ou não de muco e/ou sangue, acompanhada de muita dor, perda de peso e fadiga. Nesta fase, os enfermeiros atuam principalmente como conselheiros. Procuramos dar orientações para o paciente controlar e minimizar os efeitos da diarreia e demais sintomas, incentivar a adesão ao tratamento e contribuir com orientações gerais acerca da doença, como efeitos adversos e complicações, enumera a enfermeira Manuela Mendes Melo, membro da diretoria da Associação Nacional de Portadores de DII (DII Brasil) e da Associação Baiana de Portadores de DII (ABADII). Além disso, a equipe de enfermagem deve estimular o retorno do paciente às atividades diárias assim que possível, como trabalho, cursos e atividade física porque, embora a doença seja uma condição crônica e, por vezes, limitante, é importante que sejam estimulados a seguir com suas vidas. No caso de pacientes com fístulas e estomias, principalmente, é desenvolvido um trabalho mais direcionado ao autocuidado e, com os pacientes ostomizados, os enfermeiros são importantes para ajudar na compreensão e aceitação da nova condição, que pode ser transitória ou definitiva. Alessandra Castro, fundadora da Associação Mineira dos Portadores de Doença Inflamatória Intestinal (AMDII) e enfermeira voluntária da Associação do Leste Mineiro de Portadores de DII (ALEMDII), lembra que o enfermeiro não costuma ter muito acesso direto a pacientes com DII, salvo quando estão internados em hospital no qual exista uma política de visitação desses profissionais. “Quem possui esse acesso, no caso da internação, é o técnico de enfermagem, e cabe ao enfermeiro orientar sua equipe para repassar instruções sobre o tratamento necessário para o controle da doença. Existem poucos ambulatórios em que há uma equipe multiprofissional, formada por médico, nutricionista, psicólogo e enfermeiro. Mas, quando o enfermeiro realmente tem acesso ao paciente, desenvolve um trabalho mais motivacional e de incentivo à adesão ao tratamento e ao autocuidado, além de valorização da autoestima”, argumenta a enfermeira, que é autora do livro Registro de uma Crohnista (editora Educere), no qual relata sua própria história com a doença de Crohn, com a qual convive há 18 anos. Atualmente, a enfermagem está investindo no autocuidado e na disseminação de informações sobre as DII para que os pacientes possam ser cada vez mais autônomos, uma condição fundamental para a evolução clínica quando se trata de doenças crônicas. Em geral, o paciente com DII também se sente muito discriminado por causa do uso constante do banheiro, condição que o impede de sair de casa com frequência, dificultando a vida profissional, social e até mesmo familiar. “Os enfermeiros devem sempre ter em mente que a doença inflamatória intestinal não é apenas uma diarreia constante, pois o paciente sente dores, cansaço e desânimo, entre outros sintomas. E vários costumam desenvolver mais problemas ao longo do tempo, principalmente dores articulares. Mas, quando o paciente está em tratamento e começa a sentir uma melhora, podemos incentivá-lo a reorganizar sua rotina”, acentua Alessandra Castro. Como a DII acarreta necessidade de várias evacuações por dia, na grande maioria dos casos – o que causa constrangimento –, os enfermeiros também devem estar preparados para explicar melhor este processo, dar dicas de como se portar fora de casa quando a cólica chegar e incentivar o tratamento psicológico para recuperar a autoestima do paciente. Alessandra Castro ressalta que a enfermagem deve orientar para que todas as dúvidas sejam levadas ao médico e as reações diferentes sejam anotadas, permitindo ao especialista estabelecer uma conexão de alguns efeitos com o tratamento, que vai sendo adaptado de acordo com a resposta de cada paciente. O enfermeiro também pode ser um grande aliado na adesão e manutenção ao tratamento e, por conseguinte, na melhoria da qualidade de vida do paciente buscando, primeiramente, entender a sua realidade. “Nesta hora, somos até um pouquinho terapeutas”, conta a enfermeira Manuela Mendes Melo, ao reforçar que algumas orientações simples podem ajudar. Também é importante explicar melhor os processos da fistulectomia, colectomia e colostomia para pacientes que passam por cirurgias e, além de fazer os curativos, estimular o autocuidado, orientar o cuidador e incentivar a reabilitação. [cs_divider size=”cstheme-shortcode” type=”line” color=”#EEEEEE” height=”1px”]

CUIDANDO DE QUEM CUIDA

Os cuidadores devem ser orientados de maneira que entendam os sintomas e as dificuldades do paciente. Segundo Alessandra Castro, quando o cuidador passa a conhecer e se esclarece a respeito das DII, costuma ter um novo olhar para o doente e a relação entre ambos melhora bastante, pois há o entendimento e o incentivo ao tratamento. “Podemos ajudar os cuidadores fazendo com que participem do processo. Acredito muito no fazer além do só ouvir como se faz. É possível sugerir, ainda, que leiam um pouco sobre a doença para entenderem melhor o paciente e até mesmo prepará-lo para os momentos em que terá de lidar com a frustração”, acrescenta a enfermeira Manuela Mendes Melo. Também há momentos em que se faz necessário sugerir terapia para os cuidadores, especialmente quando são familiares. Os cuidadores devem ser orientados de maneira que entendam os sintomas e as dificuldades do paciente. Segundo Alessandra Castro, quando o cuidador passa a conhecer e se esclarece a respeito das DII, costuma ter um novo olhar para o doente e a relação entre ambos melhora bastante, pois há o entendimento e o incentivo ao tratamento. “Podemos ajudar os cuidadores fazendo com que participem do processo. Acredito muito no fazer além do só ouvir como se faz. É possível sugerir, ainda, que leiam um pouco sobre a doença para entenderem melhor o paciente e até mesmo prepará-lo para os momentos em que terá de lidar com a frustração”, acrescenta a enfermeira Manuela Mendes Melo. Também há momentos em que se faz necessário sugerir terapia para os cuidadores, especialmente quando são familiares.
John Doe
John Doe

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