A bolsinha é o RECOMEÇO!

A bolsinha é o RECOMEÇO!

A advogada Thaís Matos, que descobriu a doença de Crohn aos 15 anos, divide suas experiências nas redes sociais
Sou portadora da doença de Crohn desde 2007, que descobri quando ia completar 15 anos de idade. Foi tudo muito rápido e na primeira colonoscopia já obtive o diagnóstico, apesar de morar em Santo Antônio de Pádua, no interior do Rio de Janeiro. Em agosto de 2010 tive o intestino perfurado por uma obstrução do Crohn e usei a bolsa de ileostomia durante cinco meses e 11 dias. Fiz a reconstrução do trânsito intestinal em janeiro de 2011 e fiquei bem durante alguns anos, quando me formei na Faculdade de Direito e me casei. Porém, em fevereiro de 2020 Deus me fez atravessar o deserto que eu mais temia: a cirurgia de ileostomia definitiva! E nesses três anos como mulher estomizada definitiva entendo que, na verdade, a bolsa me trouxe vida com qualidade.
Com a ileostomia, eu consegui conquistar objetivos que talvez, sem a bolsinha, eu não conseguiria, como sentar na bicicleta e pedalar.

No entanto, o começo de 2023 me surpreendeu com uma septicemia na região pélvica, o que ocasionou uma internação de 40 dias – a maior parte em UTI. Em seguida, precisei de outra cirurgia para retirada do reto, das trompas e do ovário direito, fechamento da fístula mucosa que tinha ficado da cirurgia de 2020 e permanência da ileostomia no mesmo local. Após a alta hospitalar, iniciei o acompanhamento com uma nutricionista especializada em DII que contribuiu diretamente para minha recuperação pós-cirúrgica e nutrição. Comecei a fazer musculação e estava me sentindo tão bem como nunca antes.

No início de 2023, logo após uma cirurgia realizada em março, me divorciei. Porém, em agosto fui surpreendida por dores agudas abdominais e a estomia apresentou dificuldades em eliminar as fezes. Assim, mais uma vez eu estava com uma obstrução intestinal. Diante disso, fui submetida a outra cirurgia para retirada de cerca de 5cm de estenose obstrutiva muito próxima ao estoma. Entretanto, mesmo após essa cirurgia as dores agudas não cessaram. Foi quando decidi largar tudo e viajei por 15 horas até a cidade de São Paulo na tentativa de recuperar minha saúde e ter minha vida de volta. Consultei um cirurgião proctologista especializado em DII que fez a minha sexta cirurgia em outubro – que durou cerca de seis horas – e salvou a minha vida.
Na oportunidade, foi trocado o sítio da minha ileostomia em definitivo, que agora está do lado direito do meu abdômen. Fiz tudo pelo SUS no Hospital Heliópolis, em São Paulo.

Aquelas dores absurdas cessaram e, agora, seguirei o tratamento da doença de Crohn no Ambulatório de Proctologia desse hospital. Esse foi um dos anos mais desafiadores que atravessei com o Crohn, mas agradeço a Deus por ter colocado as pessoas certas no meu caminho para que eu esteja bem recuperada e finalizando 2023 com saúde, sem dores e na esperança de que dias melhores virão. Minha vida está voltando… Divido essas vivências nas minhas redes sociais e utilizo o Instagram (@eu.thaismatos) para compartilhar a minha história com a doença e produzir conteúdos relacionados ao Crohn e à vida de ostomizada, a fim de levar informação ao máximo de pessoas. E continuo afirmando que a bolsinha não é o fim, mas o recomeço!

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John Doe

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