O Programa Nacional de Imunizações (PNI) distribui gratuitamente mais de 300 milhões de doses anuais de vacinas, soros e imunoglobulinas para crianças, adolescentes, adultos, gestantes, idosos e povos indígenas, considerando situação epidemiológica, risco, vulnerabilidade e especificidades sociais.
Com a pandemia de Covid-19, o PNI ganhou o desafio de imunizar, no menor período de tempo possível, toda a população brasileira contra o SARS-CoV-2, incluindo os pacientes com DII – mesmo que façam uso de medicações biológicas.
A médica pneumologista Margareth Pretti Dalcolmo, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e especialista em vacinas, afirma que a Covid-19 no Brasil ainda preocupa, pois existe um celeiro de formação de novas variantes em várias cidades, com taxa de transmissão acima de 1, e esse é um dos motivos para a população seguir os protocolos sanitários recomendados e receber a imunização.
“Vacina boa é vacina no braço! A Covid-19 nada mais é que uma virose respiratória que tem de ser tratada com vacina, inclusive nos pacientes com doença inflamatória intestinal que fazem uso de imunossupressores e até mesmo em transplantados de órgãos sólidos”, enfatiza.
A médica lembra que a faixa etária acima de 80 anos já está bem protegida, mas ainda falta finalizar a imunização de todos os portadores de comorbidades e demais faixas etárias. Além disso, defende que as grávidas sejam vacinadas, embora não tenham participado da fase 3 dos estudos científicos de nenhum dos imunizantes aprovados para uso no Brasil.
A médica conta que o Infogripe da Fiocruz – que monitora síndromes respiratórias no Brasil – registrou redução vertiginosa nas viroses respiratórias sazonais em 2020, devido ao isolamento social.
“Não há estudos suficientes para saber quantos anticorpos cada indivíduo vai produzir com a vacina ou porque algumas pessoas que tomam as duas doses não fazem anticorpos neutralizantes. Mas, neste momento, ninguém deve ficar preocupado com isso, porque a imunidade nobre está nos linfócitos. Portanto, a recomendação é que todos se vacinem”, orienta.
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Tuberculose
Como pesquisadora na área de tuberculose, a especialista também trata um grande número de pacientes imunomediados, incluindo pessoas com DII. “A primeira mensagem é que nunca aceitem iniciar um tratamento com medicação biológica, seja qual for, sem fazer um screening de tuberculose, porque o Brasil tem alta prevalência dessa doença”, recomenda. Para a médica, os testes IGRA devem ser prioridade para pacientes com doenças imunomediadas, como as doenças inflamatórias intestinais.