Muitas escolas infantis também têm adotado a horta como atividade fundamental para o aprendizado infantil. O professor Clovis Oliveira lembra que já existem vários estudos mostrando a prática de atividades junto à natureza como melhora na saúde geral das crianças, inclusive relacionada à concentração, diminuição de miopia e benefícios nas atividades motoras e na socialização.
“Alguns estudos apontam, inclusive, alguns movimentos que pregam uma maior interação da natureza nos primeiros ciclos de aprendizado, desde o jardim e do ensino fundamental”, ressalta.
O docente aponta, ainda, a possibilidade de abordar as diversas disciplinas da escola a partir do trabalho com a horta. Na Matemática, por exemplo, é possível explicar sobre as construções de canteiros com cálculo, volumes de vasos e de terra, assim como o próprio desenho da Geometria. Na Biologia, a presença dos insetos, dos grupos e da diversidade de plantas.
A nutricionista Mariana Tarricone concorda que as escolas têm sido reconhecidas como um ambiente favorável para a educação alimentar e nutricional, e intervenções baseadas em hortas escolares têm mostrado resultados positivos.
“A horta escolar, com base no envolvimento e na relação direta das crianças com os alimentos, proporciona a reflexão sobre o ato de comer e sobre os alimentos através do conhecimento adquirido com o contato direto com o cultivo, o que promove maior sensibilização para o ato de comer”, destaca. Isso pode resultar em mudanças concretas na alimentação das crianças, maior conhecimento sobre os alimentos e o sistema alimentar, além de maior valorização dos alimentos produzidos e estímulo para que aprendam a experimentar novos sabores.