Um dos picos do aparecimento da DII é entre 15 e 45 anos, o que inclui o período mais fértil na vida de homens e mulheres. Por esse motivo, uma das dúvidas mais frequentes dos pacientes com doença inflamatória intestinal é a gravidez.
Um estudo com 348 mulheres mostrou que grande parte das pacientes tinha muito medo de ter uma gravidez complicada e danos fetais. Entre os receios estão que a criança nasça com DII, que os medicamentos prejudiquem a gestação e o bebê, e se poderão amamentar.
A médica Cyrla Zaltman, membro do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal no Brasil (GEDIIB), ressalta que ainda há muito desconhecimento médico sobre o assunto, inclusive na Gastroenterologia, o que pode atrapalhar a condução da gestação nessas pacientes. No entanto, com abordagem correta dos médicos é possível administrar a gravidez com risco baixo ou nenhum risco.
“Uma estatística que preocupa muito é que aproximadamente metade das gestações na DII não são planejadas. Por isso, uma das funções dos médicos assistentes é orientar os casais em relação à fertilidade, gravidez e lactação antes de o casal engravidar”, ensina.
A médica explica que a evolução da gravidez vai depender principalmente do grau de atividade da doença no momento da concepção. Algumas recomendações importantes incluem fazer um planejamento gestacional, estar com a doença em remissão e sem corticoide por, pelo menos, três meses antes de engravidar, rever os tratamentos em curso e ter conhecimento dos detalhes da evolução da gravidez e da doença de forma individualizada.
Além disso, é importante que a conduta médica inclua conversar com o paciente – seja homem ou mulher – sempre que apresentar dificuldades em relação à vida sexual e reprodutiva.