Por exerceram uma atividade que nem sempre pode ser compartilhada, muitos cuidadores acabam ficando sem horário de lazer ou de descanso. No entanto, dedicar atenção ao seu equilíbrio físico e mental é fundamental, assim como dormir bem, ter uma alimentação balanceada e se divertir.
Também é importante ter o próprio espaço, ser cuidado e encontrar um caminho para conseguir relaxar, evoluir e melhorar. “Os cuidadores precisam encontrar alguma maneira de ter folgas, pois essa é a forma que vai ajudá-los a melhorar, para não ficarem ‘sufocados’ com essa atividade que, muitas vezes, é emocionalmente e fisicamente pesada”, sugere a médica Maisa Kairalla.
Na pesquisa do Instituto Lado a Lado pela Vida, tanto cuidadores profissionais como familiares disseram ter dores físicas e psicológicas por exercer a atividade. Três, em cada 10 cuidadores, apontaram incômodos nas costas.
Os pesquisadores também ouviram relatos de dores e lesões por esforço repetitivo, o que mostra que é importantíssimo atentar para a necessidade de prevenção de doenças ocupacionais. O impacto emocional nos profissionais também é expressivo: 48% sentem estresse e um, em cada cinco, tem insônia.
“Não podemos deixar de destacar, também, o impacto financeiro, pois não são poucos aqueles que precisam parar de trabalhar para cuidar de um familiar. O estresse é sensível aos familiares, muito por conta de terem de reorganizar o seu dia a dia e abandonar ou adiar projetos pessoais”, acrescenta Marlene Oliveira.
Outro dado relevante foi que 40% dos participantes, tanto familiares como profissionais, disseram que a atividade que exercem é totalmente desvalorizada no Brasil. Os cuidadores profissionais mencionaram, ainda, que a atividade profissional é muitas vezes confundida, o que faz com que tenham de exercer outras tarefas na residência.