A fadiga associada à doença inflamatória intestinal vem sendo muito estudada e novas opções de tratamento têm sido avaliadas em estudos com boa qualidade científica. Em primeiro lugar, é de fundamental importância controlar a inflamação, levando o paciente à remissão da doença com uso do tratamento clínico e, assim, eliminando a principal causa da fadiga.
Nos pacientes que persistem com a queixa durante as fases de remissão, é importante considerar a possibilidade de evento adverso de algum fármaco ou encaminhar para uma eventual correção de estados de ansiedade que possam estar interligados.
Também é importante que o paciente receba uma orientação nutricional com especialista para o caso de ter deficiências proteico-calóricas, de vitaminas e sais minerais, incluindo suporte na correção de anemia. O médico Marco Zerôncio informa que alguns pacientes necessitarão, inclusive, de reposição venosa de ferro. “Um exemplo comum de deficiência vitamínica na DII diz respeito à B12, principalmente em pacientes com doença de Crohn do íleo ou que já foram submetidos a cirurgias nesse segmento intestinal. Há que se ter cuidado para que os pacientes não sejam submetidos a dietas excessivamente restritivas, o que poderia agravar alguma deficiência nutricional”, orienta.
A professora Genoile Oliveira Santana reforça que é importante receber o acompanhamento de uma equipe interdisciplinar para que a fadiga seja tratada de acordo com as possíveis causas. Depois de tratar a atividade da doença e afastar ou solucionar outras causas, o manejo deve ser com atividade física orientada e terapia cognitiva comportamental para ajudar diretamente nos casos de distúrbios do sono. “Acredito que, em breve, teremos novidades no tratamento dessa condição.
É importante salientar que a doença inflamatória intestinal acomete todo o organismo. E a fadiga está entre os sintomas gerais mais frequentes, por isso, é fundamental que o paciente relate o sintoma ao seu médico para que possa ser manejado adequadamente, mantendo as atividades diárias e a qualidade de vida”, enfatiza.